Evite as sete lesões mais comuns em corredores
Escolha do calçado
certo e treino muscular são essenciais para evitar esses problemas
POR MINHA VIDA - PUBLICADO EM 26/09/2011
Fascite plantar
Essa inflamação atinge o tecido que reveste a planta do pé e
representa aproximadamente 20% das lesões entre os corredores. As principais
causas são: alterações na forma do pé, aumento de peso e erros de treinamento.
No primeiro caso, é possível controlar e prevenir o problema usando palmilhas
adequadas e personalizadas.
"O aumento de peso provoca um encurtamento nos músculos
da panturrilha, o que causa traumas no pé e inflama a fáscia plantar, tecido
que envolve a planto do pé. Por esses e outros motivos, as pessoas que estão
acima do peso não devem começar um treino de corrida sem antes praticar caminhadas",
diz o ortopedista Evaldo Bósio. Treinar em terrenos muito irregulares e de
forma muito longa e intensa também aumenta as chances desse problema.
Para quem já sofre com essa lesão, o contato com um
ortopedista é fundamental. "A fisioterapia para o tratamento pretende
diminuir a dor, controlar o processo inflamatório e reequilibrar os músculos
através de alongamento e fortalecimento específicos", explica o
ortopedista.
Tendinite de Aquiles
"Ela é uma típica lesão por excesso de uso e,
normalmente, origina-se com o aumento repentino da atividade esportiva, o uso
de calçados de má qualidade ou o treino em piso inadequado", diz o
ortopedista Moisés Cohen, autor do livro Lesões nos Esportes - Diagnóstico,
Prevenção e Tratamento. da Editora Revinter
A tendinite de Aquiles é caracterizada por uma dor no
calcanhar, principalmente na hora de subir ou descer escadas. Em casos mais
graves, normalmente associados à falta de tratamento, podem levar a grande
limitação de movimentos, com dor mesmo em repouso. Essa dor é gerada por
rupturas das fibras de colágeno que formam o tecido do tendão de Aquiles, que é
pobre em vascularização. Essas pequenas lesões, associadas ao excesso de
esforço, podem provocar uma inflamação nesse tendão.
As medidas preventivas são simples: escolher o calçado e o
piso adequado para o treino, e não exagerar na intensidade dos exercícios. Já o
tratamento é bem mais complicado: "Ele é feito com repouso relativo,
afastamento temporário das atividades físicas, uso de antiinflamatórios e
analgésicos e aplicação de gelo no local por 20 minutos, de três a quatro vezes
ao dia", explica o ortopedista.
Depois, ainda é preciso passar por um processo de
reabilitação, feita com fisioterapia, medidas analgésicas e exercícios
específicos indicados por um ortopedista.
Canelite
A canelite é caracterizada por dor na região da ?canela? que
ocorre durante o exercício, mas pode durar após o término dele se não houver
descanso. Ela é a inflamação dos tendões e músculos que ficam ao redor do osso
da perna chamado tíbia. "Correr com o corpo inclinado para frente e
aumentar o treino de forma exagerada são causas bastante comuns da
canelite", explica Evaldo Bósio.
Além de respeitar os limites do corpo e usar um tênis
adequado, fazer musculação para fortalecer os músculos inferiores também ajuda
a prevenir a canelite. "Músculos fortes diminuem o impacto sobre ossos,
articulações e tendões", explica o ortopedista. O especialista ainda
alerta que as mulheres que entraram na menopausa devem ficar mais atentas, já
que a lesão é mais comum nesse período.
Lesão no menisco
Os meniscos são estruturas que ficam dentro dos joelhos,
localizadas entre os ossos chamados tíbia e fêmur. Eles têm como função
absorver o impacto dos membros com o solo e proteger a cartilagem do joelho. ?O
uso de tênis inadequados ou que já não tem capacidade de amortecimento causam
lesão no menisco?, alerta Moisés Cohen.
O especialista conta que o tênis de corrida deve ser
escolhido pela sua capacidade de amortecimento e o seu peso, não por sua
aparência. Um tênis de corrida ainda precisa ser trocado a cada 550 quilômetros
corridos. "Só esses dois cuidados já diminuem bastante as lesões no
menisco causadas por impactos", explica.
Os principais sintomas dessa lesão são dor do joelho,
sensação de fraqueza nas pernas, dificuldades para apoiar o pé no chão,
limitação para flexão ou extensão e, nas lesões mais extensas, bloqueio da
articulação.
"O tratamento normalmente é feito com gelo,
analgésicos, uso de muletas e fisioterapia. Em casos mais sérios, uma cirurgia
pode ser indicada pelo médico", explica o ortopedista.
Fraturas por estresse
A fratura por estresse pode ser definida como desgaste ósseo
que ocorre devido à sobrecarga e exercícios repetitivos de grande intensidade.
"Quando o osso é submetido a uma carga excessiva, sem que sejam
respeitados os princípios de repouso e progressão da atividade, ocorre uma
fratura das partes internas do osso", explica o ortopedista Moisés Cohen.
O motivo é a fadiga
muscular. "Os ossos não estão preparados para absorver grande quantidade
de energia. Quando os músculos ficam cansados e deixam de absorver a maior
parte da energia, os ossos acabam cumprindo esta função, desgastando sua
estrutura", explica o profissional.
A fratura por estresse ocorre principalmente em nos ossos da
perna fêmur e tíbia e nos ossos do pé, como calcâneo. Se não for tratada, a
fratura interna pode progredir para modificações anatômicas, ou seja, para uma
fratura completa. De acordo com o ortopedista, esse tipo de fratura corresponde
a quase 30% das lesões de corrida.
Entorses de tornozelo
Torcer o tornozelo pode causar a ruptura total ou parcial
dos ligamentos ou, ainda, hiper extensão dos ligamentos, problemas que podem
deixar o corredor longe das pistas por vários meses. A escolha do local onde
será realizada a corrida é o principal fator de proteção, já que as torções
estão diretamente ligadas a buracos e irregularidades na pista.
Após a torção, é necessário procurar um ortopedista para
analisar qual foi o grau de seriedade da lesão. Se houver ruptura dos
ligamentos, a intervenção cirúrgica será necessária.
Lombalgia
Mais conhecida como dor na coluna, a lombalgia é uma das
principais queixas entre os corredores. "A corrida é uma atividade física
que depende da ação da musculatura do tronco para mantê-lo dentro de uma
postura correta. Por isso, se o exercício é feito de maneira errada, a pessoa
com certeza terá dor nas costas", diz o ortopedista Moisés Cohen.
A melhor maneira de evitar esse problema é fazer exercícios
de alongamento de forma contínua e progressiva até o limite da dor - mas sem
exageros. Ao chegar nesse limite, o atleta deve permanecer na posição alongada
de 20 a 30 segundos, de preferência sentado e de modo que trabalhe tanto os
músculos dos membros superiores quanto inferiores.
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